segunda-feira, 22 de abril de 2013

Viver: Constante mudança


Viver : constante mudança

            Da janela de meu quarto, ouço o som do vento cada vez mais forte até se tornar um uivo angustiante como um pedido de socorro. Confesso que isto me assusta, aqui venta demais, nada de leve brisa.
            Penso nas mudanças com que a vida da gente passa; é como o vento que leva a nossa vida de lá para cá.
            –Esse lugar não é seu. Vamos começar de novo. É preciso viver novas histórias. - parece que o vento me quer dizer.
            Sempre acreditei que mudanças são benfazejas e necessárias. Varrer o que está arraigado em nossa vida e a trazer o novo é muito bom. O recomeçar é sempre instigante, maravilhoso, mas confesso que, ultimamente, as mudanças vieram de uma vez, atordoando o que estava quieto, equilibrado.
            Mas assim é a vida; uma enorme roda gigante. As mudanças vão aparecendo a cada girar acompanhado do vento. Às vezes o giro é suave, outras vezes se torna mais forte e algumas vezes, o giro é tão forte, o vento tão gélido, que se torna insuportável. De repente, muda-se o destino, muda-se a morada, retira-se da vida o que era sagrado e você tem que se desvencilhar de coisas, separar-se de pessoas, sofrer pelo que ficou longe e acostumar-se com as ausências. O importante é que há sentimentos que permanecem intactos dentro do coração e nem o vento é capaz de alcançá-los, são os valores agregados a vida.
             Isto tudo é parte do Jogo da Vida. Viver é estar em mudanças. Às vezes, essas mudanças são doces como o mel, outras ácidas como limão. Fazer do “limão uma limonada” e se precisar colocar muito açúcar para adocicar a vida, é o desafio. A vida é um presente que recebemos de Deus e torná-la melhor, procurando o vento brando e suave, penso ser um projeto de vida.
            Assim encaro as mudanças em minha vida. Umas vieram como uma brisa leve, trazendo felicidade e novas realizações, outras apareceram como um vento forte, me tirando o solo, mas foi aí que me descobri forte, capaz, para me reconstruir. Mas, outras vieram como um vento gelado me deixando triste, sem forças para lutar. Era o inexorável.
           Imaginando a minha mudança de paradeiro, como uma viagem de trem, eu encontrei muitos amigos que compartilharam da minha história, estiveram presentes em cada parada, em cada estação; alguns amigos, eu não mais encontrei, com certeza percorreram outros caminhos, mas guardo sempre no coração a esperança da próxima estação.  “Tem gente que chega pra ficar”.  Amigos novos ou antigos são sempre bem vindos.
            Se precisar mudar novamente, estou pronta para recomeçar a viagem ou girar nessa roda gigante desde que os ventos soprem na direção das boas mudanças. Que venham os novos ventos!

2 comentários:

  1. Lê, sempre gostei dos seus textos, que bom poder curtir um pouquinho de vc, já que vc insiste em ficar longe da gente. Descubri uma forma de estar com vcs, por aqui. bjs.
    Laura

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    1. Obrigada Laura! Estamos juntas sempre, em qualquer distância...Bjs.

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