Solidariedade
Eu, grilo
pensante, estive em minha cidade e constatei o que já havia visto pela
televisão: começou a época de Natal. Na rua, multidões já começam a comprar
presentes visando conseguir um desconto maior. É nesta época que os empregos
temporários ganham força e a luta para se tornar o melhor vendedor e ser
efetivado acontece. É a época quando os
corações se tornam mais fraternos e o desejo de se tornar uma pessoa melhor
toma forma.
Posso ser um
grilo, mas sei da importância de ser solidário. Já visitei orfanatos e asilos e
posso garantir que não existe presente maior do que o sorriso da criança ou do
ancião ao receber uma palavra de carinho, mesmo que seja só em época de Natal.
Eu presenciei isto, embora a minha presença seja passiva, ninguém nota um grilo
solitário observando a festa. É claro que a ajuda ao próximo deveria ser
durante todo o ano, mas é sempre bom começar a exercer o sentimento da
solidariedade.
Este é um
sentimento que mais admiro nos humanos. É uma pena que nem todos pratiquem...
Nesta época de
Natal, a esperança de um mundo melhor renasce, pois a “onda de solidariedade”
encontra respaldo no coração da maioria das pessoas. Acredito que todas as
pessoas sentem esse sentimento fraterno aflorado em seus corações. Até eu, que
não sou humano, me sinto tocado por este ato humanitário.
Costumo pensar
que as mãos solidárias se entrelaçando, conseguirão ultrapassar os limites das
fronteiras geográficas e, simbolicamente, abraçar o mundo. Neste abraço, há
grandeza no gesto de repartir o pão e dividir com o que pouco tem. Foi o
próprio Jesus que ensinou a repartir o pão para que não houvesse necessitados
entre nós. Penso também na pomba da Paz, naquela que simboliza o sinal do
perdão de Deus com a humanidade. Precisamos da Pomba da Paz para que ela
ultrapasse as tormentas, o mar bravio que se instalou no coração da humanidade
e com seu ramo verde mostre que ainda há esperança. Que ela consiga em seu
trajeto espalhar poeira de paz e compreensão neste mundo tão conturbado e que
necessita tanto de ajuda.
O Espírito de
Natal realmente existe e está presente, em especial, nestes dias que antecedem
o Natal. É quando a humanidade se despe de seus pecados e o homem faz as pazes
com o Altíssimo e nessa relação de amor, cada gesto vem acompanhado de carinho
e ternura.
Mas, o meu carinho
hoje é para homenagear os voluntários e sua luta solidária. Aquelas pessoas que
transformam parte de seu dia em ajuda humanitária. Pessoas de bem que
encontraram o verdadeiro significado da vida na ajuda ao próximo. Já viajei
muito, estive em diversas cidades e posso garantir que existem esses anjos que
trabalham no anonimato com o único intuito de ajudar os semelhantes. Já conheci
inúmeros deles como o pessoal que distribui sopa aos moradores de rua, os “Cantores
da alegria” de Guarujá, que dedicam algumas horas a alegrar a vida dos
velhinhos em asilos durante todo o ano e em especial no Natal e mais as que se
dedicam a trabalhar em uma infinidade de bazares em Igrejas, Associações,
escolas e na própria comunidade com objetivos filantrópicos.
Alguns dirão que estão fazendo o que o Governo
deveria fazer com as verbas públicas, que ao ajudá-los tira-se a
responsabilidade dos Poderes Públicos, mas em minha opinião de Grilo, nada é
mais gratificante do que receber um sorriso ou um agradecimento de quem recebe
tão pouco. Posso assegurar que é presente insubstituível e quem ganha é aquele
que ajuda.
Isto não tem
nada haver com religião e sim com humanização, solidariedade com os
semelhantes.
Estou aqui e ali observando tudo e à medida
que aproxima a data de Natal e vejo que o mundo todo se transforma. Eu sinto
orgulho em ter os humanos como amigos. Já dei meu recado e vou continuar
observando aqui e ali e ver se consigo ajudar alguém. Sei lá, nunca se sabe.
Fui! Feliz Natal! Solidariedade já!
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