Só pra não perder o jeito...
Se
eu sou um grilo pensante, o meu negócio é pensar e escrever sobre minhas
idéias, que muitas vezes divergem da sua, mas gosto de escrever sobre o que
vejo, ouço e penso.
Estava,
tranquilamente, ouvindo o rádio do carro no estacionamento de um shopping,
quando o locutor falou um assunto que me chamou a atenção: era a respeito de uma
pesquisa realizada para medir o grau de felicidade das pessoas do planeta.
De
acordo com a pesquisa, o Brasil está entre o 12º e 15º lugar entre as pessoas
entrevistadas. Mas, o que causou estranheza foi que nos demais países há uma
relação ente riqueza X felicidade, como é o caso da Suécia que é uma das
primeiras colocadas. Até aí, tudo bem. Era de se esperar que as pessoas mais
ricas, os países mais desenvolvidos estivessem entre os primeiros colocados. O
que causou estranheza e que é o foco de minhas indagações é que no Brasil, a
região mais feliz é o Nordeste, enquanto a região Sudeste é que tem o nível
menor de felicidade. Se fosse considerada apenas a região Nordeste, o Brasil
estaria em 7º lugar na pesquisa.
Na
minha modesta opinião, de leigo no assunto, isto não me é difícil de entender. Quem
conhece bem o povo nordestino, sabe da alegria contagiante destes nossos
irmãos. Esbanjam sensualidade, risos e são desprovidos de preconceito. Quem vai
ao Nordeste sabe que vai encontrar o riso fácil, a dança sensual e o improviso
em cada praia. O povo Nordestino é alegre, independente das condições de
pobreza, de desnutrição e de abandono social. Sem políticas públicas que vêm
realmente dar-lhes oportunidade de crescimento pessoal e social, uma das taxas
mais altas de analfabetismo está centrada na região. É claro, que estou me
referindo a classe de menos recursos e não as elites privilegiadas.
Se
fizermos uma análise mais detalhada talvez cheguemos à conclusão que é o Sol o
responsável por toda essa felicidade, uma vez que ele está presente a maior
parte do ano e movimenta o turismo na região, mas não podemos esquecer que
também é ele o responsável pela seca que deixa o nordestino da zona rural tão
desprotegido. Mas, mesmo assim, há os que cantem em versos as dificuldades
sertanejas. Podemos também supor que a pesquisa não constou os sertanejos que
sofrem todo tipo de dificuldades pela seca e se migram para a região Sudeste
procurando melhores condições de vida. Talvez, por isso, a região Sudeste
esteja qualificada na outra ponta da pesquisa.
Acho que Deus resolveu compensar os
nordestinos pelas dificuldades da vida e lhes deu de presente, a alegria e as
belezas naturais que ali estão. Admirando o Belo, o nordestino sorri não
lamentando a sorte, mas aproveitando cada instante. Já para os nordestinos que
vêm para o Sudeste têm que conviver com o estresse da vida moderna: o trânsito
caótico das cidades grandes, a barulheira do dia a dia, a vida que não pára
sempre em busca de novas oportunidades, por isso, talvez, eles prefiram viver
perto do mar, para sentir menos saudades de sua terra. O ritmo de cidades como
São Paulo, não combina com a alma nordestina.
Mesmo assim, aqui no Sudeste, podemos constatar o riso fácil e o
humorismo constante e contagiante dos nossos irmãos nordestinos. Vestígios da
Terra Natal.
Já
na região Sudeste, o povo não tem muito tempo para ser feliz. Responsável pela
maior economia e distribuição de impostos do País, a Capital de São Paulo,
principalmente, deve ter contribuído pelo nosso índice na pesquisa citada
acima: a região mais triste do Estado, devido a sua vida corrida e a luta pela
sobrevivência de cidade grande que recebe o maior número de imigrantes de
outras regiões do Estado, por isso convive com toda a sorte de dificuldade e má
distribuição de renda, excluindo aqui, é claro, a elite privilegiada.
O
importante é que na região Sudeste, o povo recebe de braços abertos todos que
por motivos diversos quiserem aqui se estabelecer e procurar melhores
oportunidades de vida. É bom lembrar que amamos a alegria do povo nordestino e
que eles contribuem, e muito, pelo progresso e geração de renda do Estado. Mas,
é aqui eles recebem a acolhida para se estabelecer e, mais tarde, quem sabe,
retornar a sua terra natal.
Veio
em minha mente, agora, a história da cigarra e da formiga que todos nós
conhecemos, mas isso envolve a classe política e não o povo trabalhador. Enquanto
o povo trabalha, a classe política “deita e rola”. Será que tem algo a ver com
a região de onde eles vieram? Acho que não, há praga corrupta de todas as
regiões.
É
melhor não “cutucar” agora. É foco de outra história. Fui.
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