De olho na Copa
Depois de um
período de férias, estou aqui dando “meus pitacos”, por ter este direito como
brasileiro que sou.
A euforia
passou; o povo brasileiro mais uma vez surpreendeu na cordialidade, nas
comemorações, na derrota. Mostra, mais uma vez, que quando ama, quando está
feliz, não vê obstáculos para demonstrar sua alegria. Mesmo com a derrota, faz
piada, mas não deixa “a bola cair”; é o jeito brasileiro de ser. O “FACE” que o
diga.
A alegria
contagiou os turistas e foram manchetes de jornais do mundo todo. O 7X1, embora
tenha deixado todos tristes, boquiabertos e com a sensação de vazio, não
ultrapassou os limites de cada um (mas que doeu, doeu!). O brasileiro ganhou em
civilidade e criatividade. Chorou, brincou e vaiou na hora certa. Vendeu,
curtiu e ficou feliz. Perdeu o título, mas a vida continua e há muito para
vencer e brigar no dia a dia. As contas continuam a serem pagas por vocês.
Quando outubro
vier, nas urnas, esse mesmo povo brasileiro terá oportunidade de mostrar a sua
insatisfação quanto a temas primordiais: saúde, educação, moradia, saneamento
básico, emprego, etc., sem se deixar envolver pela euforia da Copa do Mundo.
O Brasil não
está bem e quando o barco não está bem é porque as ondas não estão tranqüilas. São
necessárias mudanças, às vezes, de rota, de caminhos. Traçar um novo rumo não é
fácil, milhares de obstáculos aparecem e faz-se necessário um novo olhar, uma
nova adequação dos ventos.
É hora de
escolher nas urnas. Mas, o mesmo Brasil que soube ser feliz e ser triste e foi
responsável pelo sucesso desta Copa, saberá, com certeza, ser o novo timoneiro
de seu destino. Eu mesmo não acreditava que a Copa seria o que foi; agora me
sinto mais otimista em relação à Outubro. Oxalá, eu esteja com a razão. Fui!