quarta-feira, 19 de junho de 2013

Acorda Brasil!

ACORDA BRASIL!
 ( Essa poesia foi escrita em 2006. Retirei algumas estrofes que falavam de problemas da época que não reproduzem a realidade de hoje). Coincidentemente, as palavras “de ordem” usadas nas manifestações são as mesmas utilizadas por mim. 
(Leone A. Vieira)

Acorda Brasil!

Não fique “deitado eternamente em berço esplêndido”.
Acorda Brasil!
Levanta, atenda seus filhos que clamam sua atenção:
Por justiça, por trabalho, por saúde, habitação.
Enquanto você dorme, “ao som do mar, da luz do céu profundo”.
Somos entregues a própria sorte:
Nas esquinas, nas favelas, nos hospitais,
Sofrendo humilhação e até morte.
E por aqui as crianças, “o teu futuro”, não têm valor,
Muitas vivem de trabalho escravo, de prostituição,
De desamor,
Acorda Brasil!
É hora de dar um basta na insensatez
Que cerca alguns governantes.
Você é “gigante pela própria natureza”.
 Acorda Brasil!

Brava Gente, brasileira!
Somos o povo de Tiradentes, dos Inconfidentes,
De Betinho, de Padre Cícero, Irmã Doroty,
Tim Lopes, Chico Mendes,
E de tantos outros brasileiros
Que não saem de nossas mentes.
Brasileiros de sangue, brasileiros de atitude,
Brasileiros de valor, de coração.
De um Brasil de muitos ídolos, de muitos exemplos,
De amor e união.

Somos o Povo Brasileiro, de jovens de caras pintadas,
Das Diretas, da Democracia.
Aquele que sai às ruas pelas lutas sociais,
Pelo pão de cada dia.
Somos também os pés descalços, rotos e maltrapilhos,
Que vivem em suas sombras, escondendo-se nas pontes e trilhos.

Somos também a “brava gente, brasileira”,
Do país “da terra que plantando, tudo dá”,
Somos o país de “terra rica e altaneira”,
“Onde canta o sabiá”
Do ouro de nossa Bandeira.
Deste “querido símbolo da terra,
da amada terra, do Brasil”.

Brava gente brasileira!
Que trabalha, que conquista e que acontece.
Que ainda acredita e sonha com um futuro promissor,
Que vai à luta, não esmorece na busca da paz e do amor.
Brava gente!
Anônimos prontos a semear o bem
Dividindo com o outro que nada tem.
Brava gente que procura ajudar o seu irmão,
Que se multiplica e que se doa de coração.

Acorda Brasil!

Será que, realmente, fomos libertados? 
Será que, realmente, o “brado retumbante” ecoou nas suas verdes matas?
Como justificar tanto desmatamento, tanta incoerência e tanta corrupção.
Com o justificar a falsa fraternidade, a pseudo-união,
Como justificar as promessas de palanques, tanta discriminação...
Será Brasil que é verdade o que seus versos falam do dia da Independência?
Já podeis da Pátria, filhos, ver contente a mãe gentil,
Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil”.
Será?

ACORDA BRASIL!

Olhe por nós, povo brasileiro.
Olhe cada lugar, cada cidade... No Brasil inteiro.
E você verá que as falcatruas que aparecem nos jornais
São pequenas perto das que se escondem em muitos locais.
Verá que esse povo que traz em suas veias, o sangue mestiço,
O mameluco, o português,
O italiano, o espanhol, o africano, o francês, o japonês...
E tantos outros mais.
É um povo diferente, mas, não ausente.
O povo quer, ele espera, ele busca escrever outra história,
Outro final honroso.
Uma história de respeito, dignidade, fraternidade,
E que todos os versos que saúdam seu passado valoroso
Possam se tornar realidade.

E verás que “filho teu não foge à luta”

.

ACORDA, BRASIL!



II- E agora, Brasil?

E agora, Brasil!

            Foi como se ondas do mar invadissem ruas e avenidas. Eram pessoas que vinham de todos os cantos gritando palavras de ordem e paz. A mesma paz estampada no peito, a cor branca nas vestes. Mas a palavra de ordem era verde amarela, as cores da nossa Bandeira. Seus lemas: paz e mudança social. E foi lindo admirar toda aquela beleza!
            Deixou de ser um movimento contra o aumento das tarifas nos transportes públicos (MPL– São Paulo) e tornou-se uma Nação em busca de sonhos. Uma Nação que clama por Justiça Social, principalmente com investimentos nas áreas de Saúde e Educação e em outras áreas que resultem em melhoria da qualidade de vida dos menos favorecidos. Mas, não podemos deixar de dar mérito a esse movimento que deu origem a toda essa comoção social.
            Não é uma luta partidária, é a luta de um povo contra os que detêm o poder, independente da cor de suas bandeiras. A responsabilidade não é mais do movimento, é de todos os brasileiros que ali estão.
            Muitos são estudantes de classe média, muitos não lutam por melhorias em sua vida, mas lutam por aqueles que não sabem e não podem falar e se silenciam diante da própria história, sofrendo em macas improvisadas nos corredores de hospitais públicos porque não têm como pagar um melhor atendimento; aqueles que sofrem por doenças acometidas por falta de saneamento básico, por falta de prevenção às doenças e outras mazelas, resignando-se com a sorte. Brasileiros com poucas chances de projeção social devido aos parcos investimentos em Educação e por uma política pública deficitária. Professores e médicos maus remunerados nos serviços públicos tratados sem o respeito devido à importância do cargo que ocupam e tendo como conseqüência uma desestruturação e abandono de carreira, o que contribui para a piora nos níveis de qualidade do serviço público.
            Os impostos são cobrados em tudo: nas roupas, na alimentação, nos serviços, um enorme número de siglas pagas diariamente em impostos, mas que não são revertidos ao bem comum ficando pelo caminho, surrupiados por mãos inescrupulosas para pagamento de propinas e enriquecimento ilícito. Descaso com o dinheiro público e com a fé do povo que já se acostumou com migalhas.
            E aí os jovens, sempre eles, saíram à rua para lutar por melhores condições de vida, juntaram-se a eles os que ainda acreditam em manifestações pacíficas pela causa. Jovens de hoje, de ontem, de sempre. Alguns mais privilegiados exigem o que foi tirado dos que nada têm. Isto é Civismo. Isto é Democracia.   
            Pessoalmente, acredito na cultura da Paz, na força dos diálogos em busca de soluções, acho muito difícil no meio de milhares de pessoas não haver indivíduos procurando o tumulto, a agressão desmedida, desestruturando todas as medidas para evitar um conflito, elaboradas pelo movimento. E foi isso que presenciamos nestes dias: De um lado a polícia, brasileiros como nós, treinados para nos proteger e estabelecer a ordem, acatando determinações superiores e tentando zelar pelo bem público, mas, como em todo movimento reivindicatório, alguns exageram em suas ações. Do lado dos manifestantes, alguns baderneiros de plantão depredam, picham e saqueiam e a policia, muitas vezes, é obrigada a intervir. Esses vândalos são um desrespeito aos milhares que ali estão pedindo paz. De onde vêm e quem são? Ainda é cedo para termos todas as respostas.
            Nessa disputa de força, trava-se uma verdadeira “guerra civil”e os dois lados perdem: o governo e o povo.
            Mas não podemos ficar indiferentes ao que vimos nestes dias de manifestações. Ninguém esperava essa força da mobilização. Os Estados se uniram em um abraço fraterno e as mãos entrelaçadas abraçaram o Brasil de Norte a Sul. Era a Democracia pedindo passagem.
            Que a força do movimento consiga transformações significativas para a vida de milhares de pessoas, mas tenho certeza que essas manifestações jamais serão esquecidas. Foi o dia em que David mostrou a Golias sua força.
            O que esperamos é que o Governo perceba que a força do povo não é só medida pelas Urnas em época de Eleições, ela também estará presente sempre que os interesses individuais ou de uma pequena parcela não representarem a voz do Povo Brasileiro.      
           







sexta-feira, 14 de junho de 2013

Desabafo

Desabafo!

            Esse governo que aí está (em todos os níveis) não me representa:

            Enquanto o diálogo não for a base das negociações, haverá guerra.
            Enquanto o confronto for o diálogo das reivindicações, haverá perdas.
            Enquanto as perdas não forem valorizadas como inconcebíveis, haverá tumulto. 
            No tumulto, no confronto, na guerra, todos perdem.
            Chega de perdas!   



quinta-feira, 13 de junho de 2013

O amor ainda está no ar

Amor  
Meu coração acelerou.
A respiração ficou difícil.
Tudo, em minha volta, perdeu o foco,
Perdeu a visibilidade,
Perdeu a importância.
Era só você... Era só sua presença!

O mundo estava inerte aos seus pés,
O trânsito parou...
O relógio deixou de soar,
O seu sorriso iluminou meu mundo.
Você veio em minha direção,
Falando coisas sem sentido,
Desconectas,
Nada fazia sentido.
Eu olhava extasiada.
Você me embriagava!

Aos poucos, fui percebendo...
Quem estava em transe era eu.
O mundo girava, apesar de mim.
A vida continuava em minha volta.
Eu que sentia o universo parado.
Porque, para mim, só importava a sua presença.
(Leone A.Vieira)

AMOR VERDADEIRO-
Nasceu
Do encontro de um olhar,
Do roubo de um beijo,
Do toque de mãos,
De palavras nos ouvidos,
Da junção de corpos,
Do inebriar de almas.

Nasceu de palavras românticas,
De música suave,
De noites de luar,
De andanças na areia,
De cartas marcadas,
De noites de lua cheia.

De abstrato tornou-se concreto,
De simples virou composto,
De dois vieram mais três,
Da ilusão deu-se a certeza,
Da dor veio a alegria,
Da lágrima... Poesia
E tudo de uma só vez.
A nossa história se fez.

E assim nasceu nosso amor,
Nasceu da alegria,
Vencendo barreiras,
Destruindo obstáculos,
Realizando sonhos,
Num grandioso espetáculo,
Digno de amor verdadeiro.
(Leone A.Vieira)

É o amor!

Quando o coração pára,
O olhar chama a atenção
A boca não emiti nenhum som...
Paralisou a vida, paralisou a hora?
Surgiu uma nova história.
O encanto aconteceu...
O amor então nasceu...

É rápido, fugaz, estonteante
E nada mais será o que era antes.
A vida virou às avessas, com a pressa
De quem tem muito a viver.
Por isso o coração dispara, o olhar pára,
A boca não emite som.

Quando tudo paralisa, nada sai do lugar
Aconteceu o encanto, o amor a primeira vista,
A conquista.
A partir daquela hora.
A vida ditará a sua história,
 (Leone A.Vieira)

E agora, Brasil!

E agora, Brasil?

            O grilo pensante voltou. E o meu “pitaco” vai para os manifestos contra o aumento da passagem de ônibus que atingiram São Paulo e Rio de Janeiro. Posso ser somente um grilo que pensa, mas o que vi me causou pesar: um verdadeiro campo de guerra: Patrimônios Históricos quebrados, objetos arremessados sem critério atingindo pessoas e coisas, pessoas ensanguentadas, vidros quebrados, gritos, confusões... De um lado, em São Paulo, o MPL( Movimento do Passe Livre), os organizadores da passeata, de outro a policia militar coibindo os manifestantes.
            De um lado alguns manifestantes vândalos e propicio a baderna geral; de outro o governo municipal ou estadual que muitas vezes preferem usar a força ao diálogo. As determinações e o modo de enfrentamento partem dos superiores. E no meio a população que é a única que sofre com ruas bloqueadas, sem poder voltar para casa, sem transporte e, muitas vezes, sem saber para onde correr diante da bagunça generalizada.  Na hora “H” até jornalistas que cobriam o evento foram agredidos por policiais. O saldo não poderia ser diferente: muita gente detida, muitos inocentes machucados, vários prédios depredados. No Rio até a Catedral que havia sido restaurada, teve seus vitrais quebrados.
            Não sou a favor do aumento do ônibus. Acho até que a passagem de estudante devia ser gratuita, como é a dos idosos. Assim, de certa fora, estariam ajudando os pais com filhos estudantes. Pela quantidade de impostos que pagamos não seria nenhum favor, mas acredito que alguns usaram as manifestações para expor seus instintos destrutivos e animalescos. Ninguém pode ser a favor da agressividade seja ela de que lado for.
            Já participei de manifestações pacíficas como professor da Rede Pública. Já presenciei abuso de autoridade por parte do governo. Penso que ninguém pode ser contrário às manifestações pacíficas contra esta ou aquela medida, faz parte da democracia, mas a minha indignação é contra a baderna que se instalou nas ruas, o caos que se estabeleceu.
            Já li muito sobre o incidente e um dos artigos defendia o MPL dizendo que pessoas infiltradas com o intuito de agredir foram as responsáveis pelo acontecido. Bem, quem organiza passeatas sabe que isso pode acontecer, como aconteceu. Eles correram o risco. Fazendo uma analogia com o motorista bêbado no trânsito e que provoca um acidente, mesmo não tendo intenção de matar, ele corre o risco. É julgado como homicídio doloso. Isso cabe a ambas as partes. O revide exacerbado, sem critérios, por parte dos responsáveis para manter a ordem, também é prejudicial. O que precisa ser apurado é quem agrediu primeiro; se houve exagero deste ou daquele lado e mostrar a população.
            Com certeza, o maior culpado pela indignação de um povo é o governo, desacreditado por muitos. O povo que o elegeu, seja ele municipal ou estadual, não vê retorno com investimento em Saúde, Educação, Moradia, Emprego e muito menos lazer. Só o salário não acompanha essa corrida desenfreada da carestia. O que se vê são os casos de corrupções onde o acusado é diplomado como Deputado (outros nem são citados); presenciam o mau uso do dinheiro público, escândalos em todas as áreas. Os impostos aumentam a cada dia e o povo trabalhador sem ter a quem recorrer vê como única forma de reivindicação a greve. Quem está gritando são os menos favorecidos.  Está na hora do governo ouvir quem o elegeu.
            E a chamada * “onda mídia” vem aí. São Paulo, Rio e quantos outros Estados (independentes de Partidos Políticos que a governem) ainda vão presenciar idênticos “espetáculos” em vários setores. Espero, sinceramente, estar enganado.
            Não posso deixar de pensar que “tem gente provando de seu próprio veneno”. Bem, até a próxima. Fui.


  • Onda mídia - quando algo chocante é passado pela mídia e vira notícia, há uma tendência desse fato se repetir em outros lugares.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Vida

Vida

O primeiro momento: a concepção
A vida crescendo no ventre
O embrião rompendo o silêncio.
O som primeiro: O coração.

Numa explosão de energia
O que era noite, ora é dia.
E a vida em plenitude aparece.
É o nascimento, a criação
O amor de Deus... Perfeição.

Pai e Mãe contemplam a vida,
Presente de Deus!
Entregue em suas mãos como garantia,
De transformação do mundo pelo amor.
Esse é um compromisso acertado

Com Ele, o seu Criador. 

Meu Filho, você merece tudo!

Meu filho, você merece tudo!

            Li e reli o artigo no qual a autora, Eliane Brum, fala sobre a geração de hoje na classe média e da responsabilidade dos pais diante das dificuldades dos filhos no enfrentamento das dificuldades quando estas se apresentam.
            Em primeiro lugar, não gostei do título “Meu filho, você não merece nada”, mas em algumas afirmações concordo com ela, em outras não. Em todo caso é importante para a reflexão sobre o caminho que queremos desempenhar na vida de nossos filhos.
            Penso que ser pai, realmente, é querer a felicidade para os filhos. Ele vai estar sempre em primeiro lugar, mas é claro que o filho deve ser educado sabendo das dificuldades que poderá encontrar, mas cada um vai reagir de forma diferente diante delas. Isso tem muito a ver com a personalidade de cada um, com o meio em que estiver convivendo e com as condições financeiras ou afetivas que estiver envolvido. Uma árvore tem que ser regada desde pequena, embora muitos galhos não cresçam em uma única direção e muitos terão de ser cortados ao longo da vida. É o eterno conflito entre opções e conseqüências.
            Não existe uma receita, uma bula que nos indique como educar o filho, mas existe sim o exemplo que será sempre melhor que qualquer cartilha ou artigo. Generalizar, rotular é muito preocupante e chega a ser preconceituoso em relação à dedicação dos pais em dar o melhor aos filhos. Não sou “expert” no assunto, mas já estudei e li o bastante para exteriorizar minha opinião. Posso não ter sido a mãe ideal, pois aprendemos com nossos erros, mas sei que exemplo e uma educação visando à ética e responsabilidade é um bom começo. Se o filho for educado com exemplos de esforços, ele saberá que a vida não é fácil. Ele compreenderá que a vida não é um conto de fadas, mas que pode contar com os pais em qualquer situação. A procura da felicidade deve nortear sua vida e num lar feliz, isso será bem mais fácil. Fujo sempre das generalizações.
            Às vezes, os pais pecam pelo excesso de zelo, querem que os filhos tenham a melhor educação formal, se sacrificam para isto, mas dar a melhor educação formal e prepará-los para o mundo competitivo não é pecado, desde que isso não lhe custe a sua própria sobrevivência. A educação formal “melhor” nem sempre é a mais cara, depende mais do aluno do que da escola ou do professor. O esforço e o interesse do aluno, muitas vezes, dependem de como os pais vêm essa relação “educação X escola” dentro de casa. Políticas públicas em Educação visando à qualidade facilitarão esse entrave e oportunizarão a ascensão profissional.
            Os filhos da classe média, em sua maioria, sabem que a vida não é fácil, viram os pais se esforçando para lhes dar uma vida melhor do que tiveram, sabem reconhecer esse esforço, muito mais do que os filhos que nunca tiveram nada ou os que nunca lhes foi negado nada. No primeiro caso, porque já nascem com muitas frustrações, matam “um leão a cada dia”, têm que pensar no presente, muitas vezes sem vislumbrar o futuro e, no segundo caso, porque não tiveram como modelo o trabalho, sempre lhes foi dado tudo de “mão beijada” porque os pais desfrutam dessa vida. Muitos pais também têm uma vida onde o dinheiro é o que compra tudo. Nesses casos, penso ser mais difícil lidar com as dificuldades, se as regalias lhes forem tiradas. Mesmo assim, há casos e casos... Como dizia Santo Agostinho “a virtude está no meio termo”.
            A autora afirma que os filhos desta geração “foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram e quando isto não acontece- sentem-se traídos, revoltam-se com “a injustiça” e boa parte se emburra e desiste”.  No meu entender, como a autora está falando da relação no mercado de trabalho, acho positivo que eles aspirem e pensem que merecem o melhor, revoltem-se com as injustiças, mas isso só os fará crescer, progredir. É lógico que se o que aspirarem não for adequado com o seu preparo profissional, eles se sentirão frustrados, poderão até desistir, mas se tiverem dos pais apoio e confiança para aquele momento, buscarão novos rumos. Essa reciprocidade de confiança, às vezes, vêm de pessoas ligadas a eles, nem sempre dos pais.
            Concordo com a autora da necessidade de ética e honestidade- e não a cotoveladas ou aos gritos- na condução dos conflitos e que viver é para os insistentes e que para conseguir um espaço no mundo é preciso “ralar muito”, mas, em minha opinião “felicidade é um direito”, os pais devem sim tentar, se possível, dar-lhes o melhor e protegê-los quando for preciso, mas esperando sim “responsabilidade e reciprocidade”. Isto se aprende com exemplos de responsabilidade e reciprocidade dentro de casa.
            Se por algum motivo financeiro os pais frustrarem os filhos, isso não deve ser sinônimo de fracasso pessoal, mas de busca de novas soluções. Muitos filhos superam os pais na condução de sua vida profissional e aí os papéis se invertem. São eles que seguram o barco e o transportam para águas mais calmas. Genialidade e esforço muitas vezes caminham juntos e não são exclusivas das classes A, B ou C.
            O importante é que a felicidade não esteja centrada somente nos bens materiais, mas que o esforço seja um quesito para que cheguem lá. Com os avanços tecnológicos que o mundo dispõe essa geração da classe média, objeto do artigo, sabe que é complicado viver e que precisa cada vez mais do incentivo e apoio dos pais ou das pessoas que lhes são caras. Sofrerá frustrações, pensará em desistir muitas vezes, mas nessa briga sempre os pais serão seus melhores aliados. Se isso acontecer, não perderá tempo se sentindo injustiçada porque a batalha está a sua frente.
            Mostrar o mundo do jeito que ele se apresenta hoje, é importante. Os pais não devem fingir que está tudo bem, mas também é sua função encorajar os filhos a seguir em frente. Na vida erramos, acertamos, nos frustramos, ganhamos ou perdemos, mas é isso que nos impele na busca pela felicidade; é isso que nos mantém vivos. Ter a consciência tranqüila que fizemos o melhor é o bastante.
            “Filho, você merece tudo”, mas esse “tudo” está inteiramente ligado ao que posso lhe proporcionar sem me anular como pessoa. Serei feliz se você conseguir muito mais que eu, porque eu o coloquei no mundo, eu o desejei. A mim foi dada a incumbência de “tentar” fazer o melhor. Se não consegui, não me sinto frustrada porque a responsabilidade pelos seus atos também é sua.

            Como dizia o Pequeno Príncipe: “Tu és responsável por tudo que cativas”. Sou responsável por você porque o cativei, mas você também é responsável por suas escolhas. O importante é que estamos juntos nessa batalha. Viver é uma luta, é preciso, realmente, muita coragem sem nenhuma garantia, mas a procura da felicidade ainda é o melhor caminho. Essa felicidade é um direito seu e a busca é que torna a vida interessante.  Seja feliz sempre!                                              (Leone A.Vieira)